Coube a mim ser a primeira mulher a presidir este clube que já completou 76 anos de existência. Tenho consciência da responsabilidade que me é conferida, e das expectativas com relação ao meu desempenho. Agradeço aos companheiros pela confiança depositada, e prometo dar o melhor de mim para estar à altura dessa escolha, para honrar as personalidades tão ilustres que me antecederam, e dar continuidade à nossa história com a dignidade que o Rotary requer de seus líderes.
Somos ainda poucas mulheres no Rotary, pois não chegamos nem a 15% do total dos um milhão, duzentos e vinte e um mil rotarianos no mundo. Em nosso clube, somos apenas 8. Mas isso é só o começo.
Embora eu não pretenda fazer desse fato o mote de minha gestão, e não vou me alongar neste ponto, gostaria de lembrar de algumas mulheres que me inspiraram e me fazem ter orgulho de ser, como elas, mulher.
Faço uma homenagem a minha avó materna Elza Scherner Moro, que sempre me mostrou o que era ser uma mulher forte e decidida. Ao lado de seu marido, o vô Ernesto, por 70 anos, ajudou a fazer dele o grande homem e político que foi. Hoje, em sua memória e reconhecimento, foi dado seu nome a uma importante escola pública de São José dos Pinhais.
Trago igualmente a lembrança de minha avó paterna, Madalena Zagonel, que, com humildade, assumia totalmente seu papel de dona de casa, mãe, avó, esposa.
Não poderia deixar de citar minha mãe, Diva Zagonel que, com determinação e dedicação à nossa família, nos ensinou os caminhos da vida.
Com histórias vividas bem mais longe daqui, mas nem por isso menos importantes, é preciso apontar mulheres como Simone de Beauvoir ou Chiquinha Gonzaga, que tiveram a coragem de quebrar paradigmas e enfrentar tudo e todos para fazer valer suas idéias e seus ideais. Reverencio ainda a americana Sylvia Whytlock que, em 1987, ousou ser a primeira presidente de um clube de Rotary, na California.
Graças a mulheres como elas, estou hoje assumindo esse posto. A todas essas, e outras, mulheres extraordinárias, o meu respeito e admiração.
O lema rotário para o ano 2009-2010, trazido pelo Presidente de Rotary Internacional, o escocês John Kenny, é: O FUTURO DO ROTARY ESTÁ EM SUAS MÃOS. Com isso, ele nos convida a agir, e nos coloca um desafio extraordinário, que me leva a perguntar: Que Rotary é esse que desejamos manter e perpetuar?
Todos os rotarianos sabem que o objetivo do Rotary é estimular e fomentar o ideal de servir, como base de todo o empreendimento digno. Sabem também que nos é recomendado que, sempre que pensarmos, dissermos ou fizermos algo, devemos perguntar se é a verdade, se é justo para todos os interessados, se criará boa vontade e melhores amizades, e se será benéfico para todos os interessados.
Esses princípios norteadores da conduta rotária parecem ser um verdadeiro código de ética, e de extrema valia para o convívio social. Seguramente, construiríamos um mundo melhor se essas orientações fossem respeitadas e seguidas na íntegra por todos.
Em um de seus discursos, o presidente eleito afirmou: (abre aspas) “O Rotary não é aberto a todos, pois preservamos a tradição de selecionar quem merece a honra de envergar o título de rotariano. E é assim que deve ser. Os rotarianos são, e devem continuar sendo, pessoas de excelente reputação, com capacidade de realizar grandes feitos, que transbordem sabedoria e nobreza de caráter.” (fecha aspas)
Talvez por isso, e pela ação contínua e constante de seus membros, nossa instituição se mantenha firme e respeitada há mais de cem anos.
Nosso clube tem diversos projetos sociais e culturais de extrema relevância, que precisam de nós para continuar. Pretendo dar total e irrestrito apoio a todos eles para que possam crescer e atender cada vez mais e melhor as comunidades envolvidas. Da mesma forma, estarei sempre atenta para desenvolver novas ações que tragam benefícios à sociedade.
No entanto, sei que não conseguirei fazer nada se não contar com a participação dos companheiros. Sempre digo que em Rotary se faz um trabalho como o de formiguinhas. É fascinante saber que em qualquer lugar do mundo, e em todas as horas, existem rotarianos trabalhando por uma causa, seja no seu bairro, na sua cidade, ou em parceria com algum país distante. E, do trabalho individual ou de pequenos grupos que dão de si antes de pensar em si, grandes obras podem ser construídas para o bem da humanidade. Por isso acho que posso conclamar a cada um para colocar o seu punhado de terra nessa construção.
Vamos nos empenhar e fazer tudo o que pudermos para ajudar a preservar os recursos hídricos do planeta, enquanto ainda há tempo; vamos fazer a nossa parte para diminuir o analfabetismo de crianças, jovens e adultos, e dar uma vida mais participativa a todo cidadão; vamos propiciar melhor saúde aos que estão a nossa volta, e combater a fome, que ainda assola grande parte da humanidade. Precisamos levantar essas bandeiras junto com o Rotary Internacional, que nos chama a todos para agir em prol do bem comum.
Procurarei contribuir para que as nossas reuniões continuem sendo alegres e prazerosas, propiciando cada vez mais o companheirismo, e nos aguçando a querer sempre voltar na semana seguinte. Precisamos ter em mente que só podemos contribuir para a promoção da paz entre os povos se vivermos em harmonia com nossos pares, em nosso cotidiano.
Farei questão de que nossos encontros sejam igualmente proveitosos e de muito, muito trabalho. Assim, de antemão, quero agradecer a todos os companheiros e, principalmente, a cada um dos membros dessa nova diretoria, que aceitaram enfrentar tantos desafios comigo. Tenho certeza de que, juntos, ultrapassaremos nossas metas.
Preciso agradecer ao companheiro e amigo Deodato, e à sua esposa Virginia, que me deixam um clube organizado, produtivo e motivado, resultado que foi conseguido graças à sua brilhante gestão.
Agradeço também a meu marido e a meu filho, por me incentivarem a aceitar esse cargo, mesmo sabendo que teremos de abrir mão de muitos momentos em família, em prol das causas rotárias.
Para encerrar, quero fazer um agradecimento e uma homenagem especial a meu pai, Ivo Zagonel, que foi membro deste clube por mais de 30 anos, assumiu vários cargos, inclusive o de Presidente, e que despertou em mim a vontade de pertencer a esse grupo. Ele gostava tanto do Rotary e foi sempre tão envolvido com suas questões que, tenho certeza, deve ter fundado algum clube lá no céu, onde imagino que esteja hoje.
Infelizmente ele não está mais conosco, mas muitos dos aqui presentes, que tiveram o privilégio de sua convivência, sabem que ele deu o melhor exemplo que se pode dar, que é a condução de sua própria vida dentro da ética rotária, mostrando o que é ser um rotariano e, mais que isso, um ser humano de verdade.
Hoje pela manhã, minha mãe me mandou flores, e no cartão ela disse: “Filha, siga sempre os passos de seu pai, e você, sem dúvida, fará o melhor.”
Tenho certeza disso, e espero realmente corresponder a essa herança recebida, para cumprir com a mesma competência e seriedade essa função de que ora sou investida. Dedico a ele, meu pai, esse ano de minha vida como Presidente do Rotary Club de Curitiba.
Obrigada.
Bernadete Zagonel
Curitiba, 2 de julho de 2009.
Somos ainda poucas mulheres no Rotary, pois não chegamos nem a 15% do total dos um milhão, duzentos e vinte e um mil rotarianos no mundo. Em nosso clube, somos apenas 8. Mas isso é só o começo.
Embora eu não pretenda fazer desse fato o mote de minha gestão, e não vou me alongar neste ponto, gostaria de lembrar de algumas mulheres que me inspiraram e me fazem ter orgulho de ser, como elas, mulher.
Faço uma homenagem a minha avó materna Elza Scherner Moro, que sempre me mostrou o que era ser uma mulher forte e decidida. Ao lado de seu marido, o vô Ernesto, por 70 anos, ajudou a fazer dele o grande homem e político que foi. Hoje, em sua memória e reconhecimento, foi dado seu nome a uma importante escola pública de São José dos Pinhais.
Trago igualmente a lembrança de minha avó paterna, Madalena Zagonel, que, com humildade, assumia totalmente seu papel de dona de casa, mãe, avó, esposa.
Não poderia deixar de citar minha mãe, Diva Zagonel que, com determinação e dedicação à nossa família, nos ensinou os caminhos da vida.
Com histórias vividas bem mais longe daqui, mas nem por isso menos importantes, é preciso apontar mulheres como Simone de Beauvoir ou Chiquinha Gonzaga, que tiveram a coragem de quebrar paradigmas e enfrentar tudo e todos para fazer valer suas idéias e seus ideais. Reverencio ainda a americana Sylvia Whytlock que, em 1987, ousou ser a primeira presidente de um clube de Rotary, na California.
Graças a mulheres como elas, estou hoje assumindo esse posto. A todas essas, e outras, mulheres extraordinárias, o meu respeito e admiração.
O lema rotário para o ano 2009-2010, trazido pelo Presidente de Rotary Internacional, o escocês John Kenny, é: O FUTURO DO ROTARY ESTÁ EM SUAS MÃOS. Com isso, ele nos convida a agir, e nos coloca um desafio extraordinário, que me leva a perguntar: Que Rotary é esse que desejamos manter e perpetuar?
Todos os rotarianos sabem que o objetivo do Rotary é estimular e fomentar o ideal de servir, como base de todo o empreendimento digno. Sabem também que nos é recomendado que, sempre que pensarmos, dissermos ou fizermos algo, devemos perguntar se é a verdade, se é justo para todos os interessados, se criará boa vontade e melhores amizades, e se será benéfico para todos os interessados.
Esses princípios norteadores da conduta rotária parecem ser um verdadeiro código de ética, e de extrema valia para o convívio social. Seguramente, construiríamos um mundo melhor se essas orientações fossem respeitadas e seguidas na íntegra por todos.
Em um de seus discursos, o presidente eleito afirmou: (abre aspas) “O Rotary não é aberto a todos, pois preservamos a tradição de selecionar quem merece a honra de envergar o título de rotariano. E é assim que deve ser. Os rotarianos são, e devem continuar sendo, pessoas de excelente reputação, com capacidade de realizar grandes feitos, que transbordem sabedoria e nobreza de caráter.” (fecha aspas)
Talvez por isso, e pela ação contínua e constante de seus membros, nossa instituição se mantenha firme e respeitada há mais de cem anos.
Nosso clube tem diversos projetos sociais e culturais de extrema relevância, que precisam de nós para continuar. Pretendo dar total e irrestrito apoio a todos eles para que possam crescer e atender cada vez mais e melhor as comunidades envolvidas. Da mesma forma, estarei sempre atenta para desenvolver novas ações que tragam benefícios à sociedade.
No entanto, sei que não conseguirei fazer nada se não contar com a participação dos companheiros. Sempre digo que em Rotary se faz um trabalho como o de formiguinhas. É fascinante saber que em qualquer lugar do mundo, e em todas as horas, existem rotarianos trabalhando por uma causa, seja no seu bairro, na sua cidade, ou em parceria com algum país distante. E, do trabalho individual ou de pequenos grupos que dão de si antes de pensar em si, grandes obras podem ser construídas para o bem da humanidade. Por isso acho que posso conclamar a cada um para colocar o seu punhado de terra nessa construção.
Vamos nos empenhar e fazer tudo o que pudermos para ajudar a preservar os recursos hídricos do planeta, enquanto ainda há tempo; vamos fazer a nossa parte para diminuir o analfabetismo de crianças, jovens e adultos, e dar uma vida mais participativa a todo cidadão; vamos propiciar melhor saúde aos que estão a nossa volta, e combater a fome, que ainda assola grande parte da humanidade. Precisamos levantar essas bandeiras junto com o Rotary Internacional, que nos chama a todos para agir em prol do bem comum.
Procurarei contribuir para que as nossas reuniões continuem sendo alegres e prazerosas, propiciando cada vez mais o companheirismo, e nos aguçando a querer sempre voltar na semana seguinte. Precisamos ter em mente que só podemos contribuir para a promoção da paz entre os povos se vivermos em harmonia com nossos pares, em nosso cotidiano.
Farei questão de que nossos encontros sejam igualmente proveitosos e de muito, muito trabalho. Assim, de antemão, quero agradecer a todos os companheiros e, principalmente, a cada um dos membros dessa nova diretoria, que aceitaram enfrentar tantos desafios comigo. Tenho certeza de que, juntos, ultrapassaremos nossas metas.
Preciso agradecer ao companheiro e amigo Deodato, e à sua esposa Virginia, que me deixam um clube organizado, produtivo e motivado, resultado que foi conseguido graças à sua brilhante gestão.
Agradeço também a meu marido e a meu filho, por me incentivarem a aceitar esse cargo, mesmo sabendo que teremos de abrir mão de muitos momentos em família, em prol das causas rotárias.
Para encerrar, quero fazer um agradecimento e uma homenagem especial a meu pai, Ivo Zagonel, que foi membro deste clube por mais de 30 anos, assumiu vários cargos, inclusive o de Presidente, e que despertou em mim a vontade de pertencer a esse grupo. Ele gostava tanto do Rotary e foi sempre tão envolvido com suas questões que, tenho certeza, deve ter fundado algum clube lá no céu, onde imagino que esteja hoje.
Infelizmente ele não está mais conosco, mas muitos dos aqui presentes, que tiveram o privilégio de sua convivência, sabem que ele deu o melhor exemplo que se pode dar, que é a condução de sua própria vida dentro da ética rotária, mostrando o que é ser um rotariano e, mais que isso, um ser humano de verdade.
Hoje pela manhã, minha mãe me mandou flores, e no cartão ela disse: “Filha, siga sempre os passos de seu pai, e você, sem dúvida, fará o melhor.”
Tenho certeza disso, e espero realmente corresponder a essa herança recebida, para cumprir com a mesma competência e seriedade essa função de que ora sou investida. Dedico a ele, meu pai, esse ano de minha vida como Presidente do Rotary Club de Curitiba.
Obrigada.
Bernadete Zagonel
Curitiba, 2 de julho de 2009.
